sexta-feira, 12 de abril de 2013

O mundo dos negros em Ipu - Parte III



Negro e Negra. Pintura de Rugendas

O mundo dos escravos em Ipu


A ocupação do Ceará foi diferente daquela ocorrida em outras áreas do Nordeste açucareiro. Traduziu-se em um processo mais lento e coube à pecuária bovina abrir fronteiras e consolidar a sua ocupação. A criação do gado possibilitou a configuração de uma sociedade diferenciada quando comparada ao litoral açucareiro, exigindo pouca mão de obra. Todavia, a introdução do braço escravo não deixou de ocorrer e ser significativa. Assim como no Ceará, de um modo geral, ela se fez presente em todos os ramos de trabalho, tanto no espaço rural quanto urbano. Os negros estavam presentes na pecuária, nas atividades agrícolas, em serviços especializados (pedreiros, barbeiros etc), nos serviços domésticos, como escravos de aluguel ou de ganho.
As áreas onde predominava um maior número de escravos eram aquelas em que as atividades principais se concentrava na pecuária e/ou na agricultura. Tais áreas possuíam um montante de mais de 500 escravos. A cidade de Ipu entre 1857/1858, 1872, 1873 e 1881 - períodos em que conhecemos as estatísticas -, possuía mais de 600 escravos, chegando a ter em 1873 e 1881, respectivamente, 835 e 934 cativos.
            É interessante mostrar que o número de escravo em Ipu aumentou em um momento em que na maioria das províncias cearenses o seu número diminuía. Uma das explicações para esse fenômeno diz respeito ao fato da Vila Nova do Ipu Grande estar em pleno crescimento econômico.

← ANTERIOR PROXIMA → INICIO

0 comentários:

Postar um comentário

Deixe aqui seu comentário, opinião e sugestões. Um forte abraço!